A história de Carolina Castelo Branco não é linear. É feita de curvas inesperadas, rupturas necessárias e escolhas corajosas. Advogada de formação, modelo com carreira nacional e internacional de sucesso, apresentadora e editora em grandes jornais da TV aberta e, hoje, CEO de uma agência referência em campanhas digitais e produções audiovisuais. Sua trajetória, marcada por disciplina e propósito, reflete um movimento cada vez mais presente no mercado: profissionais que reinventam suas carreiras para alinhar paixão e impacto.

DO DIREITO AO JORNALISMO

 Ainda na juventude, Carolina construiu uma carreira sólida como modelo, com trabalhos nacionais e internacionais. No entanto, mesmo diante do sucesso, fez uma escolha clara: priorizar os estudos e a formação acadêmica. Formou-se em Direito e, paralelamente, abriu espaço para uma nova paixão — a comunicação. Essa decisão a levou ao jornalismo, onde se destacou como apresentadora e editora em alguns dos principais jornais da TV aberta brasileira, na RedeTV! e no SBT.

O contato com os bastidores, porém, trouxe reflexões profundas. A manipulação de pautas e a perda da autonomia editorial a desiludiram em relação à carreira na TV. O episódio mais marcante veio quando, grávida, foi desligada da emissora. O que poderia simbolizar um ponto final tornou-se, na verdade, um divisor de águas.

A VIRADA PARA O MARKETING DE INFLUÊNCIA

 A transição para o marketing surgiu como oportunidade natural. Carolina começou a intermediar contratos entre artistas e marcas em um momento em que o marketing de influência ainda dava seus primeiros passos no Brasil. Dessa experiência nasceu a CP Media, que cresceu acompanhando a transformação do consumo digital.

Com a pandemia, a empresa expandiu para gestão de redes sociais e campanhas digitais, evoluindo para a atual Connectors. Como CEO, Carolina liderou projetos que se tornaram referência: campanhas para Cervejaria Império, Bob's e Aiwa — esta última com Neymar como protagonista —, sempre com a visão de que o marketing não deve se limitar a alcance e números, mas sim traduzir valores e construir cultura em torno das marcas.

A CEO EM UM MERCADO MASCULINO

Carolina não esconde os obstáculos enfrentados ao longo da jornada. Seja no Direito, no jornalismo ou no marketing digital, muitas vezes foi a única mulher na sala de decisões. “Nós, mulheres, precisamos sempre produzir mais para ter o mesmo reconhecimento. É cansativo, mas é também o que abre portas para outras”, afirma.

Essa consciência a posiciona como voz ativa nos debates sobre liderança feminina. Para ela, o tema continua urgente. “A realidade mostra que as mulheres ainda são minoria em cargos de liderança. Precisamos falar, agir e ocupar espaços — essa é uma pauta que não pode sair da mesa.”

A MATERNIDADE COMO MOTOR DE FORÇA

 Mãe solo, Carolina enxerga na maternidade um de seus principais pilares de resiliência. “Aprendi a ter menos planos e mais sonhos. Não temos controle sobre tudo, mas podemos escolher viver alinhadas ao propósito que nos move”, diz. Essa visão é central em sua forma de liderar, equilibrando estratégia e sensibilidade.

DE EMPREENDEDORA A MENTORA

Além de consolidar a Connectors como uma agência de referência, Carolina já desenha os próximos passos: fortalecer sua marca pessoal como consultora e mentora. Sua ideia é compartilhar conhecimento e experiência com estudantes e jovens profissionais do marketing, oferecendo não apenas técnica, mas também reflexões sobre carreira, propósito e autoconfiança.

Ao mesmo tempo, mira no digital como principal palco de posicionamento, explorando podcasts e veículos online de relevância, como a Glamour, transformando essas presenças em conteúdo estratégico para suas próprias redes.

UM EXEMPLO DE REINVENÇÃO NA ERA DIGITAL

A trajetória de Carolina Castelo Branco é exemplo de como a reinvenção profissional pode ser um ativo de liderança. Ao transitar entre setores, ela construiu uma narrativa própria, marcada por coragem, disciplina e visão de futuro.

Seja ao transformar campanhas em ativos culturais, ao enfrentar barreiras em um mercado ainda masculino ou ao equilibrar os papéis de mãe e CEO, Carolina traduz o espírito da nova economia: um mercado em que propósito e estratégia caminham juntos, e em que o impacto cultural das marcas é tão importante quanto sua performance financeira.

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